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sábado, 18 de junho de 2011

Esporte paraolímpico ainda enfrenta dificuldades para crescer



A principal dificuldade dos atletas é começar o treino e ter acesso à informação, diz o coordenador técnico de atletismo do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Ciro Winckler, ao falar sobre as adversidades enfrentadas por aqueles que praticam esporte paraolímpico. Segundo ele, esses atletas não devem ser vistos como deficientes que praticam um esporte, mas como atletas com uma especificidade.

Os atletas paraolímpicos são mais dedicados aos treinos, afirma o treinador Leonardo Miglinas Cunha, da equipe da Associação Capixaba Paraolímpica de Desportes (ACPD). Há oito anos, a equipe, formada por voluntários, oferece aulas gratuitas de natação em um clube de Vitória. Os atletas amadores treinam três vezes por semana, os profissionais, todos os dias.

De acordo com Antônio Delfino, corredor de 38 anos, não é fácil ser esportista, mas com paciência e dedicação é possível chegar lá. Aos 17 anos, Delfino trabalhava como lavrador, quando sofreu um acidente de trabalho e teve seu braço direito amputado. Em 1989, ele mudou-se para Brasília em busca de melhores condições de vida e dez anos depois começou a correr. Uns colegas de trabalho que corriam disseram que eu levava jeito para corrida de rua, conta Delfino, que disputou e venceu sua primeira prova naquele ano.

Delfino já ganhou três medalhas paraolímpicas - duas de ouro nas Paraolimpídas de Atenas, em 2004, e uma de prata. Em 2003, ele conseguiu seu primeiro patrocinador, mas continua trabalhando: "Sou um dos poucos que trabalha. Para alguns [o patrocínio] não dá pra viver”.

A falta de apoio foi apontada pelo treinador Cunha como a maior dificuldade para os atletas paraolímpicos. Winckler confirma a dificuldade: As pessoas encaram o apoio financeiro nas Paraolimpíadas como ajudar um coitadinho. Queremos que ajudem pelo tempo dos atletas, pela relação custo-benefício. Nas últimas Paraolimpíadas, em Pequim, em 2008, o Brasil melhorou sua posição no quadro de medalhas, ficando em 9º lugar.

Segundo Winckler, ainda faltam treinadores interessados nessa área. "Os profissionais não querem trabalhar na área por acomodação, para não ter que estudar", afirma. Isso faz com que não haja muitos locais de treinamento.

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